sábado, 16 de julho de 2011

A chuva te deixa chateado...a umidade,o ar abafado...
Nada a fazer,na verdade muito,mas apreguiça é tão grande...

domingo, 26 de junho de 2011

Medéa Material- O Começo

Marcando o início desse blog,resolvi comentar o espetáculo "Medea Material-Paisagem com Argonautas"da Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela.Pois bem,faltava sangue em Porto Alegre,nossa tão culta quanto provinciana cidade teatral(?!).
 Acho que não resta dúvidas que o Levanta Favela começou muito bem a disseminar suas idéias através do texto de Heinner Muller.O grupo jovem(não tem uma longa trajetória),vem com força total em seus dois espetáculos"A Árvore em Fogo",no qual contam a vida e luta de Bertold Brecht e no visceral Medea Material,que provoca,agride e faz pensar.Trazendo imagens fortes,que carregam ainda mais a potência do texto, a Cambada de Teatro não dá tréguas para o tédio.São quase duas horas nesse mergulho profundo em um universo atemporal de barbárie,de sangue suor e saliva que dão cor e levam o texto de Muller a ter um sentido político-critíco muito forte.Para mim,a encenação de Medéa teve muito a ver com o que vivemos hoje no teatro de Porto Alegre,o Levanta é sim marginalizado,é um grupo radical que apesar de todo trabalho muito bem "amarrado"e de oferecer oficinas abertas ao publico,não é patrocinado(eles querem isso?Como?).
Por acaso,ontem,ultimo dia dessa temporada de Medea,dia que fui assistir a peça pela segunda vez,tive a honra de ser tão publico quanto os jurados do premio Açogueanos de Porto Alegre.Que grande espinafração!Que é uma banca provinciana,antiquada e que adora um palquinho italiano,eu já tinha ouvido,ontem observando a postura desses excelentíssimos espectadores,tive a confirmação desse boatos e a estupidez com que é tratada uma nova vertente de teatro,se tornou um óbvio ululante.Risos,conversas paralelas em alto e bom som e açoites verbais esporádicos coroaram a noite de ontem,enquanto os atores estava ali,submersos em sua história,inteiros e intensos.Sandro Marques é espetacular!É vendo um ator que não interpreta,mas que vive a cena,como se fosse a ultima chance de contaminar o mundo com sua arte,que se deseja cada vez mais ver teatro assim,como arte bruta.
 Longa vida ao Levanta Favela!O resto é patrocinado pelas bombas.